Já deu para reparar que Social Media nas empresas é um tema recorrente aqui no browserd.com. Não há como fugir dele. É um assunto em cima da minha mesa no dia-a-dia, faz parte do meu trabalho e logo, da minha vida privada também (percebe-se porquê certo?).

Podia escrever que não me canso de falar no tema mas talvez não seja a expressão correcta. Por vezes canso-me, mas não desisto.

Empresas: Social Media não é só tema para os Clientes!

E enquanto não se consciencializarem disso, estão a perder dinheiro. Já ouvem assim?

No infográfico abaixo, criado pela Payscale e publicado pela Mashable, podem ver alguns números esclarecedores. Alguns até mesmo, surpreendentes:

2 em cada 5 trabalhadores da Geração Y dá mais valor a ter acesso às redes sociais no trabalho do que a um ordenado mais elevado.

Social Media nas Empresas aponta para um gráfico com maior resolução

Gráfico original em How Employers Really Feel About Social Media [INFOGRAPHIC]

Pois é, há muito a explorar no campo do Social Media dentro das empresas, mas afinal, eu já vos tenho dito isso não?

O tema não é novo assim como a infografia abaixo também não é de hoje no entanto, um como o outro continuam na ordem do dia e cada vez mais relevantes quer para empregados quer para empregadores.

Regras para as redes sociais

A existência de politicas e regras para a presença nas redes sociais enquanto trabalhador por conta de outrem é, ao contrário do que muitos pensam (que é uma questão de controlo, de censura), uma segurança e uma mais valia para ambas as partes.

Conheço casos em que marcas desperdiçam uma gigantesca força de ajuda quando não clarificam junto dos seus colaboradores qual a posição que estes devem ou podem assumir quando confrontados com referências aos seus produtos ou serviços.

Todos os empregados podem ajudar nas redes sociais

Informar claramente os empregados que, por exemplo, quando confrontados num blog ou num forum com alguém que levanta uma questão sobre determinado produto da marca, deverão (poderão) encaminhar esse mesmo alguém para determinada página ou numero de telefone, pode fazer toda a diferença.

Mesmo nos casos em que o empregado está a apontar para uma solução que possa parecer óbvia à primeira vista (há neste tema várias abordagens que permitem afunilar o processo e encaminhar mais directamente a situação), a empresa ganha sempre, pela demonstração de confiança e vontade de ajudar que dá o seu colaborador.

Confesso que me custa a entender o porquê de tamanha relutância que as empresas (e grandes empresas, mesmo com presenças estabelecidas e fortes nas redes sociais) apresentam a este tema.

Social Media no local de trabalho

Gráfico original em Taking Advantage of Social Media in the Workplace [Infographic].

Há cerca de três semanas, surgiu-me uma ligeira dor no ombro direito. Foi ligeira no primeiro dia mas ao segundo já não o era e começava a ser até, um pouco incomodativa. Ao terceiro e quarto dia, esse mesmo incómodo era então já bem visível. Já me queixava no mais banal dos gestos do braço direito. Do aperto de mão ao apertar dos sapatos, já tudo me provocava “má cara”.


A dor estendia-se já pelo braço abaixo e sentia o músculo cada vez mais dorido. Ao final de uma semana, a dor era tanta que lá acabei por ir ao hospital. A maravilha clínica dos nossos hospitais privados continua a surpreender-me a cada dia e, de forma inesperada, após o típico “Então de que se queixa?” seguido da explicação leiga de quem estava cheio de dores, veio o “Pronto. Tome lá um relaxante muscular e também um analgésico potente. Se ao fim de uma semana ainda lhe doer, então talvez seja melhor marcar uma consulta de ortopedia. Isso pode ser grave.”. Grande.

A dor efectivamente acalmava mas era nítido que se tratava do analgésico. Acalmava mas mantinha-se sempre no mesmo grau de calmaria. Nada me estava a curar. A dor já ia então do ombro aos dedos. Começava a fazer-me uma grande impressão no pulso, como se uma tensão constante, que me deixava sem encontrar uma forma, uma posição, para estar com o braço.

Eis que por acaso, como resultado do check-up regular obrigatório da instituição onde trabalho, tive uma consulta da Medicina do Trabalho. Ainda mal tinha entrado no consultório e já sabia que estava tudo bem, com um ligeiro (?) excesso de peso, e uma pequena subida do colesterol mas nada de preocupante. Queixo-me do braço antes que me mandem sair com um adeus e até para o ano. Suave. Muito suave. “Isso pode ser uma tendinite. Se for é grave. Em 10 anos está inapto para o trabalho”. Confesso que nunca me lembrei tão depressa da médica que uma manhã, nas urgências do Hospital da Cruz Vermelha me disse: “Isto é uma tuberculose. O senhor deve ser internado já para a semana”. Foi há 10 ou 11 anos atrás. Eu estava lá com as mãos inchadas… Adiante. Vim de lá com uma requisição para fazer uns exames e com a nota de que mala do computador ao ombro acabou.

Mais uma semana se passou e a coisa piorou um pouco. Ou melhor, mais do que um pouco.  Vou fazer os exames hoje.

E já comprei uma mochila.

Aqui d’el Rei que se levantam as hostes. Arquitectura de Informação não tem nada a ver com politica. É tecnologia, é ciência e coiso e tal. Ele é estatísticas e medidas, bytes bits e coiso e tal…

Sausage Machine by Clement27
Sausage Machine by Clement27 on Flickr

Esqueçam lá isso. A politica é ponto essencial , fundamental, estrutural até, na Arquitectura da Informação.

A história passa-se à volta do site de uma famosa (fictícia)  mercearia. Nesse site, lá em cima (não onde há planetas sem fim mas no topo do site), está um menu indicando as principais categorias dos produtos que por lá se vendem: Verduras, Frutas, Massas e Enlatados. Não está assim por acaso. É como tem sentido. Resultou de observação e estudo…

Certo dia, chegou ao escritório da tal mercearia a Dona Quitéria, responsável pela venda (entre outras coisas) das knockwurst (ou no original knackwurst, as famosas salsichas alemãs) e grita de plenos pulmões: “Parem as máquinas! Há algo errado com o site da mercearia! Falta ali uma coisa.”.

Senta-se à mesa com pose de quero, posso e mando e afirma: “Falta ali um link, ao lado dos enlatados, para as knockwurst.”.

Huuumm… Não. As knockwurst são um produto que se enquadra nos enlatados, mais precisamente, um tipo de salsichas. Ora assim sendo, ficarão algures em Enlatados » Carnes » Salsichas » Knockwurst.

“Nã, nã, nã, não. Não é nada disso. Eu quero que as Knockwurst fiquem ali em cima.”. A Dona Quitéria está quase em choque.

Tenta-se explicar à Dona Quitéria que não tem qualquer sentido, não só pelos argumentos antes referidos mas também porque (tentando detalhar um pouco mais as insondáveis razões dos Arquitectos de Informação) só cerca de 1% dos Clientes do site procuram Knockwurst’s.

Pergunta-se à Dona Quitéria mas afinal, porque raio quer ela as knockwurst lá em cima. “Porque assim, – diz ela – lá onde estão, ninguém vê as knockwurst, ninguém sabe o quão boas elas são.”.

Estava encontrado o problema da Dona Quitéria. A solução não está em meter a sua Quinta à frente das outras, é um problema de Comunicação Comercial. Se a Dona Quitéria quiser, montamos uma campanha comercial, uns banners, uns textos jeitosos sobre as knockwurst…

As salsichas da Dona Quitéria ficam lá, na prateleira certa, arrumadinhas mas as pessoas ficam a saber que elas existem e onde estão…

“Pois, – diz a Dona Quitéria – isso é tudo muito bonito mas eu vou mesmo é falar com o senhor Joaquim. Ele é que é o dono da mercearia, ele é que manda… Vou dizer-lhe que quero as knockwurst ali em cima, ao lado dos enlatados…”

Certo. Vá lá então falar com o senhor Joaquim. Eu até lhe posso dizer o mesmo que digo à Dona Quitéria mas se ele mandar fazer…