Não se choquem os mais pudicos pois já não é a primeira vez que a Playboy é referida aqui no browserd.com. Mas desta feita não é para falar mal da capa, nem tão pouco da edição nacional da famosa revista.

Desta vez, a referência vem no sentido da pergunta “Afinal, quem lê a Playboy?” ou, fazendo justiça à pergunta original, que tipo de homem lê a Playboy?

What Sort of Man Reads Playboy?

Playboy. Quem lê?

A questão foi colocada muitas vezes entre os finais da década de 50 e o inicio da década de 70 do século passado, numa fantástica colecção de anúncios publicados sempre na própria revista, ocupando uma página inteira entre a fotografia, a pergunta e um pequeno texto onde este leitor era descrito, sempre que possível, com detalhes estatísticos que ajudavam ao enquadramento do mesmo na sociedade da altura e nos sonhos de realização da mesma.

Sabiam que:

  • em 1962, 76% dos leitores da Playboy possuíam um ou mais gira-discos em casa?
  • em 1966, cerca de 33% de todos os leitores da Playboy possuíam cartões de crédito?
  • em 1972, metade dos homens entre os 18 e os 34 anos que fizeram mais que 8 viagens de avião, liam a Playboy?

Quase sempre jovem, sempre com muito bom gosto, determinado, bem na vida diriam alguns, e invariavelmente, foco da atenção das mulheres em seu redor. Assim era o leitor desta que era uma das mais famosas revistas do mundo.

O homem que lê a Playboy

O leitor da Playboy

O site Flashback, na senda de nos relembrar pérolas do passado, fez uma extensa recolha dos referidos anúncios e voltou a publicar um artigo (já tinha publicado um outro artigo no ano passado) sobre o tema, profusamente ilustrado, garantindo uns largos minutos de humor.

A famosa revista já não é o que era. Acabaram-se as coelhinhas nuas (no site já tinham acabado em 2014) e longe vão os tempos das históricas entrevistas com Miles Davis, Arthur C. Clarke ou Steve Jobs e dos textos escritos por autores como Margaret Atwood, Ian Fleming, Jack Kerouac ou Ray Bradbury. Os leitores, certamente, também mudaram.

E vocês? Como descreveriam o actual leitor da Playboy?

Revistas em papel. Sim, eu ainda compro revistas em papel. Aliás, o conceito de revistas para mim anda em torno desse pequeno detalhe: serem revistas em papel.

Não quero com isto dizer que não seja leitor de outros formatos. Sim, mesmo de revistas noutros formatos. Mas prefiro as revistas em papel.

Quem me conhece sabe bem o quanto gosto deste meio. Ando sempre a ver que coisas novas aparecem por ai, nacionais e estrangeiras. Sou daqueles que chateia os amigos (sim Jorge Oliveira, é contigo mesmo) para os convencer a entrar no mundo das revistas em papel.

Podia falar-vos de uma série delas, que ao longo dos anos foram solidificando esta paixão, da saudosa Revista K até à muito actual OffScreen, passando pelas “bíblias” Wired ou SFX mas, não é disso que vos falo hoje. Hoje passei por aqui só mesmo para deixar a nota de que as revistas em papel trazem com elas hábitos, rituais, que com a continuidade passam a fazer parte de quem nós somos, de como nos identificamos.

Revistas em Papel na Livraria Tema

Vem tudo isto a propósito do momento em que recebo uma mensagem da dona da Livraria Tema nos Restauradores, lembrando-me de que já há 3 meses que não passava por lá… E são tantos, tantos anos a passar por lá.

Tempos houve em que eram 5 ou 6 reservas por mês que lá esperavam por mim… Pois, tempos houve. Tempos mudam. Hoje há duas regulares mas, rara é a vez que por lá passo que não vem também algo de novo. E lá fui eu.

Trouxe para casa o que me estava reservado e ao sair, olho a montra e vejo a The Atlantic deste mês. Que vontade de voltar a entrar. Depois bateu um laivo de bom senso e pensei “Levo aqui as minhas revistas em papel. Desta vez a The Atlantic tem que ficar…”.

Cheguei a casa e fui procurar um numero antigo da The Atlantic que guardo com carinho. E desta vez pensei “Não há revistas como as revistas em papel.”.

Razões para comprar um IPad? Há muitas certamente. Quem diz um IPad diz um tablet ou até mesmo um mais simples e garantidamente mais barato e-reader.

No meu caso particular, as razões mais evidentes são aquelas que se podem ver na fotografia abaixo. 3 enormes sacos de razões. Enormes e muito, muito pesados sacos de razões. Chamar-lhes razões ou anos e anos de revistas Wired vai neste caso dar ao mesmo.

Razoes para comprar um ipad

Já tinha cancelado a minha reserva da Wired na Livraria Tema dos Restauradores há uns meses mas o problema, mesmo não aumentando, mantinha-se: montes de revistas em casa fazendo com que de quando em vez lá caísse mais uma prateleira ao chão. E se os infindáveis quilos de papel de alta qualidade da revista Monocle se deixam revisitar de tempos a tempos, e se até mesmo cada numero da SFX apela de tempos a tempos à revisitação, a Wired, verdadeira bíblia da comunicação (e da vida) digital, parece (e é) datada a cada novo numero que sai, a cada mês que passa.

A tecnologia tem com o tempo uma relação critica e a escrita sobre a tecnologia vive essa relação de forma ainda mais intensa.

Assim, como já tinha decidido não mais comprar livros técnicos (e se quiserem eu depois dou-vos a minha definição de livros técnicos) em papel e como também não quero de ler revistas como a Wired (e sim, outras mais como as semanais cá do burgo), o IPad será uma compra com sentido. No dia em que o comprar. E hoje ainda não é véspera desse dia.

Pode parecer estranho, e logo vindo de mim, falar em ler sem remorsos. Que raio, ler é ler e ler nunca fez mal a ninguém (exceptuando talvez a uns quantos frades franciscanos num certa abadia do norte de Itália – perguntem ao Umberto Eco).

É verdade que ler nunca fez mal a ninguém mas devo admitir que nos últimos 3 anos, várias foram as situações em que me vi frente a um livro ou revista e pensei “Eu não devia ler isto agora. Tenho tanta coisa para ler…”, sendo que essa “tanta coisa” era sempre algo de alguma forma relacionada com o curso de Ciências da Comunicação.

Muitas foram as vezes em que dei a volta ao texto, argumentado comigo mesmo que, em última análise, tudo estava relacionado com o curso de Ciências da Comunicação, tudo quanto viesse à rede, seria peixe. Mais ou menos graúdo, mas tudo peixe.

E lá devorava a Monocle, a SFX, ou um livro do William Gibson… Mas deixava para trás os livros do João Pissara Esteves, os textos do Boaventura Sousa Santos e tantos outros (estes foram as minhas mais recentes escolhas certo. A necessidade a tal obrigou). E inevitavelmente, lá chegavam os remorsos. Devia ter lido aquilo…

The New Yorker Science Fiction Issue e Ray Bradbury

new yorker science fiction issue

Comprei esta edição da The New Yorker no dia em que por cá saiu. Uns dias depois de ter saído nos Estados Unidos, uns dias depois da morte de Ray Bradbury. Propositadamente não a li. Aliás, propositadamente não li nenhum dos muitos ficheiros pdf que surgiram no dia da morte do escritor, dando a conhecer ao mundo, a todos quantos não tinham lido a revista, o ultimo artigo de Ray Bradbury. Não o queria ler com remorsos. Guardei-a para mais tarde.

Levei a The New Yorker Science Fiction Issue para férias… Andei com ela de um lado para o outro mas…

Finalmente chegou o dia. Take me home é o nome do artigo que Ray Bradbury escreveu. Tal como ele, também eu me lembrei da casa dos meus avós, e também eu me lembrei de quantas palavras escrevo graças a coisas que com eles aprendi…

Tanto que gostei de o ler… Ler sem remorsos.

Os anos passam e há coisas que nunca mudam… Ou mudam pouco. Em Fevereiro de 2009 escrevi  aqui que a Carla Matadinho estava em grande mas que a Dita Von Teese era a maior. Nesse post fazia referencia a um outro post, de Agosto de 2007, onde a dita Dita Von Teese (não resisti) era a estrela. Resumindo, tudo isto para dizer, que os posts com a Dita Von Teese eram dos mais visitados aqui no browserd.com.

Já em Janeiro de 2010, escrevi um pequeno post sob a produção fotográfica de Scarlett Johansson para a revista Allure. Com um titulo começado por A Scarlett em lingerie tigresa é óbvio que rapidamente se tornou também um dos mais visitados…

Hoje resolvi dar nova olhada às estatísticas… Pois. Há coisas que nunca mudam, ou mudam pouco. E para comemorar esse mesmo facto, resolvi presentar os leitores do browserd.com com o registo de uma outra sessão fotográfica, já de 2006, que a muitos passou despercebida e que, por se tratar de uma associação de ideias pouco usual, não é muito conhecida.

Scarlett Johansson e Dita Von Teese, fotografadas por James White para a Flaunt Magazine #77.

Scarlett Johansson and Dita Von Teese 3a by James White

Scarlett Johansson and Dita Von Teese 5a by James White

Scarlett Johansson and Dita Von Teese 6a by James White

Scarlett Johansson and Dita Von Teese 2a by James White