Eu sei, eu sei… Vocês ainda não conhecem o gato Spock… Bem, pelo menos eu ainda não vos falei dele por aqui. Falarei. Por enquanto, é mesmo só um desabafo.

Alguns meses depois de ter oferecido ao meu MacBook Air uma bottom case nova (que é como quem diz, toda a estrutura onde assenta o teclado e o teclado em si) graças a ter pedido, e não bebido, um dos mais caros cafés da história do café, eis que o nosso mais novo entende que está na hora de novas mudanças e como tal, um salto, meio miado (que o Spock  ainda é bebé e não mia por inteiro) e um MacBook Air no meio do chão.

Conclusão? Vejam pelos vossos olhos.

Broken Macbook Display
Parece um wallpaper modernaço. Mas não é

Ontem, ao contactar a Tou Aqui Tou Ai para saber em quanto me ficaria o arranjo, perante a resposta não consegui resistir: “Posso pagar em gatos?”.

 

É isso. Mudar para Mac. Há uns anos atrás, Switch era um statement poderoso. Um post começado por Switch não deixava lugar a dúvida: Quem escrevia um post assim, estava a mudar para Mac. Bem, isto era, como escrevi, há uns anos atrás (muitos anos atrás. 1994 foi no século passado certo?).

Já na altura me interessava o tema. Eu próprio, de alguma forma me sentia um Switcher. Ao fim de 4 horas com o Windows no meu primeiro PC, decidira mudar de sistema operativo e passar para o OS/2. Tal como os utilizadores que mudavam para um Mac, também eu me sentia um pouco isolado (nunca sozinho, mas isolado), sem ninguém na porta ao lado que usasse o mesmo sistema operativo que eu, sem nenhuma revista mainstream que me oferecesse uma disquete (sabem todos o que era uma disquete?) com o mais recente shareware

A Internet também não era o que é hoje… Um pouco mais lenta (sentiram o toque de ironia?), um pouco mais vazia (ainda assim com imensas mulheres russas e de outros países de Leste que diariamente me enviavam por e-mail propostas de casamento ou de outras relações igualmente físicas mas menos vinculativas – diziam elas), um pouco menos gráfica…

Ainda assim, não desisti. A qualidade do produto fez de mim evangelista do mesmo, defensor aguerrido. Não era com um Mac, mas era um Switch… Pronto, está bem, meio Switch.

Enfim, foram outros tempos, outros sistemas. Hoje eu já não uso OS/2 (teve o seu tempo, já passou) e o Mac já é mainstream só por si. E de repente, assim quase sem querer, Switch.

Tenho um Mac. E agora?

O MacBook Air do Pedro Rebelo

Há anos que deixei de ter computadores de secretária (desktops) cá por casa. O último que por cá passou, saiu porta fora feito em peças no dia em que eu disse que nunca mais queria preocupar-me com hardware. Desde esse dia, só portáteis. Cá por casa há um Compaq X1010 com uns anos valentes, um Dell Latitude, um Dell Vostro, dois Asus eepc e um Magalhães. Império dos PC’s e como devem já adivinhar, os Windows.

Há muito que não me preocupo com hardware. Há muito que tudo cá por casa funciona bem. Fui mudando de computador em conformidade com as necessidade que iam aparecendo. No fim de todo este tempo, limitei essas necessidades a uns poucos pontos:

  • Portabilidade;
  • Autonomia;
  • Edição de imagem;
  • E não me preocupar com o hardware.

Agora chegou um Mac. Um MacBook Air para ser mais exacto.

Portabilidade. Que mais há a dizer? Leve como uma pena. Pronto, talvez não tanto mas leve o suficiente para andar com ele na mala o dia todo e quase não dar por isso. Como me diziam ontem, é mais um bloco de apontamentos.

Autonomia. É incrível o que se tira desta máquina. Confesso que ainda não puxei por ela a sério mas ainda assim, ainda não me falhou vez nenhuma. Aguenta muito.

Edição de imagem. Pois. Eu já tinha um eepc lembram-se? Autonomia, portabilidade… E edição de imagem? Para isso não dava. Para terem uma ideia, o botão de save do Photoshop é inacessível pela resolução do ecrã. No MacBook Air? As 13 polegadas aliadas a uma resolução de 1440×900 e a um disco SSD tornam a tarefa não só possível como rápida e compensatória.

E não me preocupo com o hardware. Funciona. Ponto. Vejam lá vocês que até já não ponho de lado a hipótese de voltar a ter um computador de secretária.

É fácil mudar para Mac?

Nem tudo são rosas. Acredito que possam vir a ser. Portugal tem tradição de transformar em rosas as coisas mais estranhas mas, no caso da mudança de Windows para Mac há coisas a aprender, coisas a habituar. Não tenho já a menor dúvida que, para quem nunca tenha estado com uma maquina Windows, seja muito mais fácil começar a trabalhar com o Mac. No entanto, quando falamos de anos e anos no universo Microsoft, a entrada no appleverse como lhe chama o meu amigo Ricardo, não é tão linear.

Como não li o manual (sim, tem um manual. Muito semelhantes aos que acompanham um relógio Casio Digital ou qualquer outro que se possa adquirir ali nas lojas do Martim Moniz. Só que com mais qualidade gráfica) não descobri de imediato como fazer scroll. Sim, trata-se de descobrir, uma vez que as janelas me apareciam sem barra de scroll. Não ter uma tecla de Delete também me faz alguma confusão e nem vos falo do facto de ter uma tecla com uma barra (\) depois da tecla do til (~)… As vezes que já voltei a trás…

Também não é simples a adopção de um novo paradigma de organização de informação. Onde estão as minhas directorias? Onde estão o meu C: e o meu D:? Certo, certo… Tudo isso está lá… Não está tão visível porque efectivamente, não é necessário que esteja para que eu possa fazer o que quero…

Ainda assim, e apesar de estar neste mundo há muito pouco tempo, penso estar já em condições de afirmar que isto é uma grande máquina e o sistema um bom sistema. A ver vamos.

Resumindo o que já vai longo: Switch. Mudei de PC para Mac. E conhecendo-me como me conheço, se realmente gostar, a marca ganhou mais um evangelista…

 

Pois que leve mais leve do que o MacBook Air parece não haver. nem mais fino. Tão fino que vai para o lixo misturado com os jornais velhos da semana… E não sou eu quem o escreve. ou melhor, sou, mas refiro-me ao que aconteceu a Steven Levy, editor sénior da Newsweek e responsável pela secção The Technologist dessa mesma revista.