É verdade. Os Nazis estão de volta. E que melhor sitio para aparecerem (reaparecerem) do que Berlim? Será já no próximo dia 11 de Fevereiro que se apresenta no Festival Internacional de Cinema de Berlim, Berlinale, o filme Iron Sky, do realizador finlandês Timo Vuorensola.

A premissa: No final da Segunda Guerra Mundial, alguns cientistas Nazis conseguiram alcançar grandes avanços nas tecnologias anti-gravitacionais. A partir de uma base secreta na Antárctida lançaram uma nave que alcançou o lado negro da Lua onde desde então até ao ano de 2018, os cientistas e os seus descendentes estiveram a desenvolver uma frota espacial para voltar à Terra. E eles vão voltar!

Quão louco pode ser? Muito. De certeza.

Com vocês, Iron Sky Official Theatrical Trailer:

A frase «The World is sick. And we are the doctors!» é de uma genialidade brutal. Fica ainda um outro video, com o anuncio da apresentação do filme ao Mundo.

Estive ontem a assistir à Conferência Anual da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) subordinada ao tema  “Compreender o Novo Consumo de Media em Portugal“.  Sala cheia no Auditório do Millennium bcp na Rua do Ouro. Garantidamente, uns para ouvir umas coisas e outros para ouvir outras. Ainda assim, quase todos ouviram tudo, do principio ao fim.

A conferência iniciou com a apresentação de um estudo encomendado à Metris GFK  cujo propósito era precisamente elucidar sobre o tema. Considerações um pouco mais abaixo.

De seguida uma apresentação de Joel Postman, colaborador da CISCO e autor do best seller SocialCorp: Social Media Goes Corporate. Um bom momento em que foram ditas algumas daquelas coisas que alguns CEOS e outros responsáveis devem ouvir sobre o papel das redes sociais no negócio, na presença das grandes empresas.

Passou-se de seguida a uma animada conversa entre Nuno Markl e seis jovens entre os 15 e os 19 anos sobre como consomem eles os Media, qual a sua relação com os Media em geral e com os Media Digitais em particular.

A sessão encerrou com um breve discurso do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.

Sai de lá um pouco apreensivo. Não pela mesma razão que muitos dos presentes terão saído é certo. O Ministro anunciava:

Um dos canais da televisão pública será privatizado e o outro deixará de ter publicidade comercial.

Confesso: Não é a minha guerra. Não me preocupa. O que me preocupa efectivamente é tudo aquilo que ouvi antes do Ministro falar…

Comecei por me preocupar com alguns dados do estudo que a APAN apresentou… De alguma forma, e principalmente quando se referia aos jovens, não podia deixar de estranhar os números que eram apresentados. Não se pareciam com as opiniões que vou ouvindo pelos corredores e nas esplanadas da FCSH… Por exemplo, aqueles jovens com quem falo no dia-a-dia e aliás, aqueles que estavam na sala, não parecem dar tanta importância à televisão como o estudo demonstrava… Enfim, talvez fossem outros jovens…

Preocupa-me também o facto de que continuo a ler em alguns estudos, que há uma certa percentagem de pessoas que “acede à Internet” e uma outra percentagem de pessoas que “acede às redes sociais”. Ora, não consigo deixar de me perguntar, onde raio ficarão essas tais redes sociais que não estão na Internet…

Eu sei que a minha preocupação com o facto de que para muitas pessoas a Internet parece ser o Facebook já foi aqui referida anteriormente, da mesma forma que já a referi noutros fóruns mas, faço-o novamente precisamente por ser uma preocupação. A Internet tem muito mais para vos mostrar para além do Facebook.

A ver vamos se nos entendemos:

A Internet não é o Facebook.
A Internet não é o Twitter.
A Internet não são as redes sociais.

As redes sociais são parte da Internet. Se hoje elas são, sem qualquer dúvida, grande parte da Internet, é outra questão, obviamente pertinente mas não deixa de ser outra questão.

Preocupa-me que quem questiona a sociedade sobre estes temas não se preocupe igualmente em fazer tal distinção, em esclarecer devidamente quem não sabe ou tem dúvidas, deixando eventualmente que se responda em erro.

Preocupa-me ainda que, quando questionados sobre se frequentam outros sites na Internet que não os sites das redes sociais, grande parte dos jovens responda que não mas logo de seguida respondam também que, quando lhes dizem algo nas redes sociais, quando um “amigo” lhes fala de algo, eles não aceitam à primeira, que desconfiam e procuram saber mais sobre o tema. Então onde vão eles saber mais sobre o tema? Não dizem. O que é que está mal aqui? Garantidamente algo parece não bater certo. Se não confiam nas redes (parecerá mal dizer que sim?), em quem confiam eles? No que lhes dizem as marcas? Não os tenho em tal conta. Mas se não visitam blogs, se não frequentam fóruns, se não vão a outros sites? Em 30 minutos de conversa alguém referenciou o Expresso e a Visão. (ponto).  A sério?

A iniciativa foi excelente e louvável. Eram jovens que ali estavam e claramente falavam à vontade. Do jovem surfista ao jovem viajante que se juntou à conversa a partir da Russia via Skipe, foi uma conversa animada onde Nuno Markl foi o melhor “desbloqueador” que aquele painel podia ter tido. Ainda assim, sai de lá apreensivo… Já o tinha referido?

Porque nem tudo pode ser tão sério como a vida que levamos, o mais recente livro de Tom Sharpe, O Legado de Wilt, pareceu-me um bom começo para leitura de férias. Aliás, não é a primeira vez que Tom Sharpe me acompanha em Setembro.

Tom Sharpe tem agora 82 anos e há pelo menos 20 que me faz rir de viva alma. Tenho todos os seus livros publicados em Português e não me lembro de um que não tenha gostado.

Wilt tem sido o seu personagem de estimação desde o livro com o mesmo nome que escreveu em 1976… Acho que o ultimo li deste azarado personagem foi em 2005. Wilt agora volta, em pleno século XXI e, ainda que as gargalhadas não sejam as mesmas, os sorrisos sinceros e as horas em que não pensei em outras coisas com menos graça, estão lá.

Foi um bom começo. A ver vamos que mais por ai vem…

Tom Sharpe - O Legado de Wilt

Nota para a Teorema: Gostava muito mais das vossas capas antigas… Sério…