Não vou deixar ninguém em suspenso até ao fim do artigo: Recebi finalmente uma carta do Barclays Bank Portugal referente à reclamação. O Barclays Bank creditou na minha conta a totalidade das despesas feitas em meu nome mas não por mim.

Não só cobriu a parte a que contratualmente se obrigava mas também cobriu a franquia do seguro. Creditou também os juros da conta cartão assim como os juros cobrados da minha conta à ordem.

Mas, e há sempre um mas…

A minha reclamação junto do Barclays Bank Portugal já é do conhecimento de todos vós. Penso que há muito ficou bem claro que, a situação que originou a reclamação não o era só por si.

O que me levou ao Barclays Bank de Alvalade em 21 de Maio foi o reportar de uma situação que verifiquei estar a ocorrer com o meu cartão de crédito do Barclays e que nitidamente se identificava como fraude. Não era uma reclamação. Passou-se isto, façam o favor de resolver o problema.

Reclamação passou a ser quando passado um mês sobre o meu pedido de resolução, não havia qualquer avanço no processo e nem tão pouco qualquer ponto de situação sobre o mesmo. Nessa altura reclamei. Reclamei do serviço prestado. Do mau serviço prestado pelo Barclays. Desde o atendimento que tive pela minha então gerente de conta do Barclays quando visitei o balcão até à falta de profissionalismo demonstrada por esta quando não respondia aos meus contactos ou, respondia sem qualquer informação para me dar.

Como é normal numa reclamação que não é resolvida, a situação piorou. Piorou quando comecei a contactar o Barclays mais insistentemente e ninguém me atendia o telefone. Sim. O meu balcão do Barclays parecia estar completamente inacessível para contacto. Nem me atendiam nem me telefonavam, independentemente das mensagens urgentes que, me afirmavam, eram enviadas para o balcão. Continuei a reclamar.

Enviei mensagens para a Direcção de Marketing do Barclays, pedi que dessem conhecimento dos mesmos ao Sr. Peter Mottek, CEO do Barclays em Portugal. Nada. Para além da resposta chapa 5 da Provedoria do Cliente Barclays a dizer que a minha situação estava a ser analisada, nada. A politica de silêncio do Barclays imperou. A reclamação crescia.

De repente a novela Barclays começava a complicar-se ainda mais. As instruções recebidas da minha então gerente de conta (de que não deveria colocar mais dinheiro na conta até a situação se resolver) deram origem a outras situações. Coloquei mais questões ao Banco. Continuei sem resposta.

Desisti de esperar e com risco de perder a razão resolvi contactar telefonicamente a Provedoria do Barclays Bank para pedir respostas. Mais reclamações. Quem me atende, ainda que responsável pelo processo não me sabe dizer nada. Logo mais lhe telefono dizem-me

O Barclays falta ao compromisso. Ligam hoje, ligam amanhã, ligam logo mais. Não ligam coisa nenhuma. E de repente já não há quem fale comigo sobre o processo. Ninguém sabe de nada.

Ora, assim por alto, identifico uma série de razões para reclamar ao Barclays Bank que não directamente relacionadas com o dinheiro que eles me colocaram na conta não vos parece?

  1. O Barclays Bank Portugal demorou 2 meses para me enviar uma carta sobre o assunto. Dizem que a situação é complexa, que tiveram que recorrer a entidades externas que… Certo. Mas 2 meses? Então e o ponto de situação? Porque é que não me deram nenhum ponto de situação?
  2. Enviei ao todo 8 e-mails para o Barclays Bank Portugal (sem contar com os e-mails enviados via Barclays Net para a minha anterior gestora de conta). Porque é que não tive nenhuma resposta exceptuando ao primeiro em que me diziam estar a analisar a situação?
  3. Solicitei por escrito que fosse encaminhado para o sr. Peter Mottek um dos meus e-mails. Não tive qualquer resposta a essa solicitação. Foi-lhe entregue? Não foi? Se não foi, porquê? Se foi, porque é que não me respondeu?
  4. Solicitei por escrito que me fosse enviada informação escrita sobre o processo para que eu pudesse anexar a mesma a um processo de reclamação junto do Banco de Portugal. Nunca tive qualquer resposta a essa solicitação.
  5. Solicitei que me fosse enviada pelo Barclays uma carta onde se fosse claramente explicitado que a anulação do meu cartão de crédito foi pedida por mim e por ter identificado uma situação irregular nos movimentos do mesmo ao contrário do que é exposto na carta que recebi, a qual informa que o banco iria proceder à anulação do cartão por uso indevido do mesmo. Na carta que me enviaram agora, reconhece o Barclays Bank que o teor da carta que me enviaram não é adequado à situação ocorrida e lamentam os constrangimentos causados. Certo mas, então qual é o teor correcto? O que eu lhes solicitei? Se assim é qual a razão para não o escreverem?
  6. Ainda relativamente à anulação do cartão de crédito, questionei a Provedoria do Cliente do Barclays Bank se a situação foi reportada ao Banco de Portugal. Nunca tive qualquer resposta nesse sentido.

Poderei dar a situação como terminada? A reclamação como resolvida?

Não se trata, desculpem a expressão, de ser mais papista que o Papa. Desculpas evitam-se mas quando são devidas devem apresentar-se. Correcto. O Barclays Bank, à sua maneira, até o faz mas, e o resto?

Dificilmente alguém me poderá justificar porque é que ninguém falava comigo no balcão de Alvalade mas penso que as perguntas que aqui coloco não serão impossíveis de responder. Difíceis sim, sem dúvida, principalmente se o Barclays não quiser assumir erros de comunicação e estratégia comercial mas impossíveis? Vá lá, esforcem-se um pouco.

No meio de tudo isto é de notar porém, a minha nova gestora de conta. A atitude que revelou desde o primeiro contacto (quando ainda não era a minha gestora), de pro-actividade e certeza é de apreciar, mas de louvar é certamente a gestão de satisfação que tenta fazer junto de um cliente visível e declaradamente insatisfeito com a instituição. Tivesse essa preocupação existido desde o inicio de toda esta novela e provavelmente nem metade (se é que algumas) destas linhas teriam sido escritas.

Não seria correcto deixar de vos informar do mais recente desenvolvimento da já conhecida novela Barclays. E desta vez, não seria correcto para com o Barclays. Sim, apesar de tudo, tento ser sempre o mais correcto possível com esta instituição no trato desta situação por demais desagradável.

Ontem pela manhã enviei novo e-mail à Provedoria do Barclays Bank. Poupo-vos maiores detalhes. Foi um relembrar de tudo o que estava pendente e um reportar da situação vergonhosa da passada semana. Mais uma vez, um e-mail que ficou sem resposta.

Por voltas das 3 da tarde recebo um telefonema da Sra. Catarina Welsh da Provedoria do Barclays Bank. Serviu este para pedir desculpa pelo facto de não ter sido contactado na passada sexta-feira (mas somente por isso) e para me informar que nessa mesma sexta-feira tinha seguido por carta a resposta do Barclays Bank à minha reclamação.

O Barclays vai creditar a minha conta com o valor das despesas feitas e os respectivos juros…

Mas e então? É só o que o Barclays tem para me dizer?

Bem, pergunto eu, então e sobre a minha reclamação? Ou melhor, reclamações? Ao fim e ao cabo, a questão do dinheiro é uma ínfima parte da minha reclamação aliás, a questão do dinheiro foi a base do meu primeiro contacto em 21 de Maio altura em que nada reclamei mas sim denunciei a situação e pedi ao banco que a resolvesse. A reclamação propriamente dita surgiu no desenvolvimento (ou falta deste) dessa primeira questão.

A minha principal reclamação é do serviço – digo eu – e sobre isso o Barclays Bank ainda não me respondeu. A sra. Catarina Welsh disse-me então que me devia informar que a resposta enviada pelo Barclays Bank era muito simples e cingia-se à questão do uso abusivo do cartão de crédito. Disse-me ainda esta senhora que o Barclays Bank não tem por politica discutir com os seus Clientes as diligências efectuadas para resolver estas questões. Sem comentários.

Parece que a novela está para durar.

Nessa altura informei a sra. Catarina Welsh que iria aguardar pela referida carta e que, caso as questões que tenho colocado ao longo de todo este processo não sejam nela respondidas voltarei a contactar a Provedoria do Barclays Bank nesse sentido.

As questões em causa ultrapassam em muito a transparência e confiança que devia existir e foi perdida na relação Cliente / Banco. Entram e influem na minha esfera profissional com as implicações que isso acarreta e como tal, que mais não seja por isso, o Barclays Bank deve explicações e eu não me calarei enquanto não as obtiver.

Tal como referi acima, vou agora esperar pela prometida carta e logo se verá.

Os limites do bom senso já há muito foram ultrapassados nesta situação do Barclays Bank como todos os que acompanham os meus artigos bem sabem.

Na passada Quarta-feira foi-me dito telefonicamente que hoje, Sexta-feira, o Barclays Bank teria uma posição oficial sobre o assunto. Logo nessa altura informei que assim sendo, voltaria a contactar a Provedoria no dia de hoje.

Aguardei até às 11 e 30. Pareceu-me que seria desespero um contacto logo à abertura. Bem podia, segundo o que me informou a senhora que me atendeu, aguardar até às 6 da tarde…

A pessoa que me pode responder, a funcionária do Barclays com quem falei na Quarta-feira, não está disponível. Pedem-me que aguarde. Não posso mais aguardar é o que lhes digo. Quero uma resposta. Resposta não temos…

Não me sabem responder sobre o que quer que seja. Referem que o dia ainda não acabou. Que aguarde até à parte da tarde. Quando lhe digo que voltarei a contactar às duas da tarde, a resposta? “Às duas? Isso é muito cedo… Lá para as cinco, ou seis…“. Muito bem, e se não me atenderem ou se me disserem que a pessoa em questão já saiu de fim-de-semana? Com quem posso reclamar? Dê-me um nome… Nada.

Ainda me dizem que já estou a entrar no campo da suposição… Em que campo quer o Barclays Bankque eu entre quando não tenho nada de concreto? Quando após os mais variados contactos não tenho uma só resposta?

Mas afinal quem é que manda ali?

Aparentemente não há ninguém hierarquicamente acima da pessoa com quem falei. Pelo menos, ninguém disponível. Achei particularmente engraçado a risada que gerou (não da pessoa com quem falava ao telefone mas sim de quem lá perto estaria) a minha referência ao nome do CEO do Barclays Bank, Peter Mottek.

Penso que a pessoa com quem eu falei talvez não tenha tido formação em técnicas de comunicação mas eu, por acaso tive. A técnica usada de repetir tudo o que o Cliente diz ao telefone não é das melhores…

À minha sugestão de prestar uma visita pessoalmente à Provedoria do Cliente do Barclays Bank tive como resposta um claro não vale a pena pois provavelmente não veria a minha situação resolvida.

O que dizer nestas situações? O que fazer quando nos dizem que a única coisa que nops resta é aguardar mais um pouco e quando pedimos para nos definirem pouco nos dão como resposta, uma hora, uns dias,  quem sabe…

Pela tarde teremos certamente mais desenvolvimentos…

Tal como referi que iria fazer (no artigo anterior), enviei ontem por volta das 09h30m um e-mail à Provedoria do Cliente do Barclays Bank. 10 ou 15 minutos depois já alguém o estava a ler. Aproveitei a deixa e de imediato telefonei solicitando falar com a pessoa que tinha acabado de aceder ao e-mail.

Azar o meu (e outra coisa não seria de espera). A pessoa em questão tinha acabado de entrar para uma reunião. Ainda assim, fiquei feliz. Quem me atendeu o telefone, logo após a minha identificação referiu “É por causa de um cartão não é?”. Fantástico. Alguém na Provedoria do Cliente Barclays sabe quem eu sou.

Garantiram-me que a pessoa com quem eu queria falar entraria em contacto comigo ainda durante o dia de ontem. Que poderia eu dizer? Que não acreditava? Não sou pessoa de tais argumentos. Agradeci dizendo que ficaria então a aguardar o tal contacto.

Mais uma vez, sou eu que os contacto

Por volta das 15h30, sem qualquer contacto (tal como, confesso, esperado) telefono para o numero da Provedoria. Desta vez quase nem foi necessária a identificação. Bastou dizer com quem queria falar que rapidamente a chamada foi passada.

Vejo-me obrigado a perguntar se o Barclays Bank tem algum ponto de situação para me apresentar. Pensei que não fosse preciso. Foi.

Estive ao telefone durante cerca de meia-hora. Tivesse eu gravado a conversa e garantidamente poderia afirmar que ouvi a expressão “peço-lhe mais uns dias” para lá de 10 vezes. “Peço-lhe mais uns dias” não é grave mas não foi a única coisa que ouvi. Ao que parece, o Barclays aguarda uma ultima resposta da Unicre (?) para dar por concluída a minha situação e apresentar a sua posição final.

Continuam sem saber o que me dizer

Questionei a minha interlocutora sobre o seguro. Referi o tal cheque que a seguradora tinha enviado ao Barclays, que foi devolvido, que a seguradora voltou a enviar… Referi que, independentemente da posição do Barclays, a seguradora já pagou. A senhora do outro lado da linha diz-me que não tem conhecimento dessa situação. Como é que diz que disse? Acabando de me dizer que esteve a analisar a minha reclamação em pormenor?

Afinal, diz ela, o que ela me disse é que “… não tinha conhecimento desta situação nesses termos…”. Acho que não vale a pena continuar a argumentar. Parece-me que está quase tudo dito. Aplico a questão filtro que é como resolvi chamar ao meu pedido de novo cartão de crédito. Sabe-me dizer se o meu novo cartão de crédito já foi emitido? – pergunto já com algum receio da resposta. Isso é uma informação da sucursal dizem-me. Como é que diz que disse? Como é que me irá apresentar uma posição oficial do Barclays dentro de 2 dias e não me sabe responder sobre o meu cartão de crédito? Terá lido a minha reclamação? Qualquer uma delas? “Já lhe disse que sim. Mas não questionei a sucursal sobre esse assunto.“.

Saberão por lá sobre o que escrevo, de que me queixo?

Alguém me diga que não estou a ficar louco. Não questionaram a sucursal sobre um dos assuntos principais da minha reclamação? Então questionaram sobre o quê? A sucursal informou-me telefonicamente que me iria emitir o novo cartão de crédito no passado dia 22 e a Provedoria do Cliente não sabe? Então como me podem dizer que falta somente uma resposta da Unicre para me informarem sobre a posição oficial do Barclays Bank? Posição sobre o quê? Sobre qual das minhas reclamações?

Volto a questionar, só para garantir: “Diz-me então que aguardam uma resposta da Unicre na próxima Sexta-feira para se pronunciarem sobre a situação?“. Do outro lado da linha diz-me a provedoria “A resposta virá antes…”. Irei eu bater à porta da Unicre? Bem pensado. Dessa ainda não me tinha lembrado.

Mais uma vez, o Barclays Bank mostra o que lá tem. Nem uma única vez ouvi nada que de leve se assemelhasse a um pedido de desculpas, que mais não fosse, por toda a demora neste processo.

Vou esperar pelo dia de amanhã.

E eis que recebo ontem no correio a primeira resposta oficial do Barclays Bank sobre a minha reclamação do mau serviço prestado na situação da fraude com o cartão de crédito.

O incrível desta carta é que não foi enviada pelo Barclays Bank Portugal (a quem me dirigi já várias vezes pessoalmente, por telefone e por e-mail desde há 2 meses para cá) mas sim pelo Retail Banking Customer Services do Barclays Bank de Inglaterra que é como quem diz, o departamento que em terras de Sua Majestade trata das reclamações e das relações com Clientes. Mais incrível ainda é o facto de eu ter contactado este departamento pela primeira vez na semana passada.

A carta, ainda que não adiante muita coisa, começa por apresentar um pedido de desculpas pelo nível de serviço que tenho recebido do Barclays (“We are sorry you have had to contact us about the level of service you have received from Barclays.“). De seguida indica-me uma data limite para a resolução da questão (“… no later than 18 August 2008.”).

Hoje irei enviar novo e-mail à Provedoria do Cliente do Barclays Bank. Vou informar sobre esta carta e relembrar que no meu ultimo contacto solicitei expressamente que me fosse fornecida informação sobre este processo de forma a que eu a pudesse entregar ao Banco de Portugal. Não havendo qualquer resposta por parte do Barclays Bank, sou a entender o silêncio como um acto de sonegação de informação que, a meu entender me é devida e como tal começo a questionar a legalidade dos procedimentos do Barclays Bank Portugal.

Vou também relembrar que estou empregado numa instituição de crédito e o que poderá implicar um eventual alerta para a Central de Responsabilidade de Crédito do Banco de Portugal.

Vou informar a Provedoria do Cliente Barclays Portugal de que tenciono responsabilizar o Barclays Bank por toda e qualquer situação que possa ocorrer na minha vida profissional decorrente deste processo começando desde já pelo facto de que terei que informar a minha entidade empregadora sobre assuntos que só a mim me dizem respeito tais como a minha relação financeira com outras instituições de crédito.

Aproveito para escrever que, apesar de algumas vozes já se terem interrogado sobre a sinceridade do que aqui tenho exposto, continuo a pensar que esta é a forma mais correcta de o fazer, apresentando publicamente toda a informação de que disponho não só para me proteger de eventuais falhas de memória e mal entendidos mas também e principalmente para informar todos quantos possam estar interessados.