Regressa hoje a série House of Cards. Há quem se admire quando houve dizer “O ser Humano é intrinsecamente mau.”. Há quem discorde e há até quem se revolte, indignado.

House of Cards nova temporada

De entre estes, há quem veja House of Cards. E há quem chegue junto a mim, depois de ver e ouvir Kevin Spacey como Frank Underwood, e me diga “já percebi o que querias dizer… Mas aquilo é ficção…”.

É nessa altura que penso em todos os argumentos que poderia utilizar para demonstrar mais claramente o meu ponto de vista. Mas depois, sou eu que penso em Frank Underwood e no seu papel em House of Cards. Termino quase sempre com um sorriso e um canónico (certamente mais no entendimento de quem o ouve do que no meu) “Está bem.”

Por cá, podem acompanhar House of Cards no canal TV Séries e este primeiro episódio da 3ª temporada será exibido já este sábado, 28, pelas 21 horas.

 

“Ah e tal, que cena mais parva… Aquilo parece uma daquelas séries para putos, com efeitos manhosos e cenas…” E os comentários a The Librarians ficam na sua generalidade, mais ou menos por aqui…

The Librarians Pedro Rebelo
Sim, cá por casa há uma caixa linda de The Librarians. Obrigado

De quando em vez, lá aparece alguém que diz gostar, que a série está engraçada, mesmo com efeitos manhosos e cenas… Convenhamos, nem todas as séries de televisão precisam de ter a profundidade filosófica de Childrens of Dune nem a carga emocional de Hit & Miss. Cá por casa por exemplo, onde todos, incluindo o gato Spock, somos fãs incondicionais do formato, assistimos com muito agrado a cada um de 64 episódios, ao longo de 5 anos, de Warehouse 13, uma série descrita pelo próprio canal que a produziu, como uma mistura de Ficheiros Secretos, Salteadores da Arca Perdida e Modelo e Detective. Como podem imaginar, longe dos exemplos citados anteriormente…

“Mas The Librarians não é Warehouse 13…”.

Não é efectivamente, mas Warehouse 13 já acabou. Então o que temos na TV actualmente, que possa preencher esse espaço? Sinceramente? Pouco ou nada. Mas temos The Librarians.

The Librarians não pretende ser mais do que aquilo que é, 40 minutos de entretenimento sem muito que pensar, umas quantas piadolas, umas com mais graça e outras nem por isso, uns efeitos realmente manhosos e… Já está. Mas não disfarça, não pretende ser outra coisa. E de quando em vez, faz falta que algo preencha esse espaço.

The Librarians é uma série baseada nos filmes The Librarian: Quest for the SpearThe Librarian: Return to King Solomon’s MinesThe Librarian: Curse of the Judas Chalice, que lançados entre 2004 e 2008, seguiam as aventuras de um eterno estudante, daqueles a quem não apetece fazer nada mais na vida para além de estudar, a partir do momento em que foi convidado por uma misteriosa organização a tornar-se um Bibliotecário,  a encontrar e proteger artefactos históricos, reais ou, pensava ele, pertencentes ao campo da ficção, tais como a Mona Lisa, a Caixa de Pandora ou a espada do Rei Artur.

Na série, a misteriosa organização, através de um processo de recrutamento para o próximo “Bibliotecário” chega até três possíveis escolhas:  Jacob Stone (Christian Kane, o Elliot de Leverage), Cassandra Cillian (Lindy Booth que já tinha aparecido precisamente num episódio de Warehouse 13) e Ezekiel Jones (John Kim que os australianos conhecem bem pela série Neighbours). Junta-lhes também Eve Baird (Rebecca Romijn, a Mystique dos X-Men) que será a guardiã dos Bibliotecários e por último, Jenkins (o veterano John Bernard Larroquette III que todos lembramos por exemplo, em Boston Legal), um tipo de curador, a trabalhar na Biblioteca há mais tempo do que aquele que alguém possa lembrar… Ainda assim, o Bibliotecário actual, que se mantém Flynn Carsen (Noah Wyle), não é substituído pois está ocupado tentado estabilizar a Biblioteca que de momento se encontra perdida pelo espaço e pelo tempo (olha o piscar de olho ao Dr. Who).

Se há mais com que passar o tempo? Sim, há. Podemos jogar Xadrez ou ir para a rua correr… Como não dá para jogar Xadrez a 3 (a quatro dava mas o Spock não é fã) e cá em casa ninguém é particularmente dado a corridas, bem, The Librarians é sempre uma opção. A ver no SyFy Channel.

Esta manhã, em conversa online com um costumeiro grupo de bons amigos, intervenho sem qualquer razão aparente com um estrondoso “Spooooooooooooorting!“. Assim, com ponto de exclamação e tudo.

Pedro Rebelo MEO

 

Mesmo contando com a referência que fiz nesse mesmo grupo a noite passada, a futebol e ao Sporting, não consegui evitar a estranheza dos participantes na conversa. É certo que não seria essa a minha intenção mas, para efeitos narrativos a frase fica bem aqui.

Resposta imediata de um deles: “Quem és tu e o que fizeste com o Rebelo?

É uma interjeição comum entre nós, perante uma atitude atípica de alguém que o grupo conhece bem, e que de alguma forma funciona como um pedido de explicação ou chamada à realidade. A minha resposta não se fez tardar e como de costume, deixava portas abertas para mais uma animada conversa:

Sou um Cliente MEO e vim do espaço para vos conhecer melhor. Trago comigo um livro e dou um prémio a quem adivinhar o título.

Juntem os pontinhos e digam de vossa justiça. Tudo isto tem um sentido e mais uma vez se comprova que há operadores de TV por cabo e operadores de TV por cabo, há livros e livros, há séries e séries, há amigos e amigos. E eu, digo-vos para além de qualquer dúvida, orgulho-me dos meus.

Basilio e Jorge Rosa, sabendo que para vós é claro, por favor, deixem que pensem.

Tivesse a Granada Television pensado em algo deste género nos tempos do saudoso Jeremy Brett e o conceito de Transmedia podia ter evoluído muito mais depressa… Mas fica a nota BBC: Ainda vão a tempo. O Sherlock Holmes de Benedict Cumberbatch também não está nada mal…

E ainda há quem pense que os fãs não participam em Who…