… ou miudas que gostam de miudas ou raparigas que gostam de raparigas ou mulheres que gostam de mulheres. É igual.


Fiquei a saber pelo Expresso deste sábado que duas jovens alunas de uma escola secundária lá para o norte do pais estão a ser alvo de descriminação por gostarem uma da outra. “Bem… elas não só gostam uma da outra como se andam a comer uma à outra…” ouvi alguém dizer. Ok. E depois? Se um gajo gosta mesmo de uma gaja e a gaja gosta mesmo do gajo, normalmente, acabam a comer-se certo? Isto mostra o pais em que vivemos… Dizem os jornais que foram chamadas de “fufas” pelas empregadas da escola e que a directora lhes disse que fossem ser lésbicas fora da escola dela… E se elas lhe tivessem respondido “Não tem vergonha sua heterossexual? Não tem vergonha de promover descriminação sexual no estabelecimento de ensino que dirige?”. Certamente lhe responderia que não. Pois está claro. Não importa que todas as noites ela leva porrada a valer, que o marido tenha amantes e que lhes dê mais de tudo do que o que leva para casa. Não importa que a casa esteja toda decorada com águias ou leões… Nada disso importa. Uma mulher que se preze tem que levar com ele. Tem que ter um marido. Gajas com gajas só são boas quando um gajo está lá no meio… Não arranja gajo? Então que fique para tia solteirona.
Há ainda outro argumento. Que são novas. Sabem lá elas o que é gostar. Pois está claro. Parvoice. Então não sabemos todos que só se é homossexual (masculino ou feminino) depois dos 30?
Só gostava de saber o que fariam aos jovens desta escola (fossem rapazes ou raparigas) se os apanhassem a ler o Sexus, o famigerado Opus Pistorum ou ainda o Delta de Vénus? Obras que certamente serão consideradas de pornografia barata numa escola onde dois jovens não se podem beijar…

Eu tive a minha dose de loucuras nas escolas secundárias por onde passei. Tive a sorte de viver num sitio onde as liberdades, principalmente as de pensamento, eram muito apreciadas. Secundária António Gedeão. Secundária Fernão Mendes Pinto. Obrigado. Uma coisa vos garanto. Se fosse gaja lá na tal escola (ou noutra qualquer do pais para lhes dizer que não é crime), amanhã quando lá chegasse, ia de mão dada com outra gaja e assim me iria manter só para ver quanto tempo demoraria para ser chamada ao director…

Estou quase quase a perder a paciência e desatar a dizer (escrever) asneiras a torto e a direito.

Não escrevo aqui nada há uns dias… A razão? Isto da vida não é facil. Um gajo ter que viver todos os dias é algo que por vezes pode ser bastante complicado.

Antes de mais, uma nota de obrigado a todos quantos se lembraram. Para o ano há mais. Como foi? Com Sopa da Pedra do “Toucinho” em Abrantes, seguido de um maravilhoso Lombo na Vara e regado a tinto da casa. Muito. Grand finale com uma maravilhosa Tarte de Leite Condensado prenda da Susana. Directos para a Quinta do Lagar. Deixar malas. Zumba p’rá Golegã. Copos. Tinto. Muito. Cavalos. Poucos. Feira de vaidades e ninguém me convence do contrário. 4 da matina. Uma disco improvisada (mas que o é ao que parece, todos os anos), mais tinto, sevilhanas e coiso e tal… Que bem que se foi dormir.

Domingo, um pequeno-almoço daqueles, com muito pão e muito doce. Vivam os dotes culinários da Sra. D. Maria Otilia. Sem contar com a Vanda que acordou lá para o meio-dia, a manhã passou num instante. Directos a Tomar, almoço no Chico Elias. Ok. Eu sei que semana sim semana não até vem na revista do Expresso mas sinceramente, não fiquei conquistado. O famoso Bacalhau com Broa não convenceu. Lascas e não lombos mais a dar com os farelos… A Cachola (não é o que parece mas também não anda longe) também não me agradou. Salvou a honra uma travessa de Couves à Dom Prior. Essas sim, levavam à repetição. Da doçaria esperava também um pouco mais mas o Leite Creme passou e as Fatias de Tomar, diz quem gosta, estavam deliciosas. Infelizmente, não sei se por algum exagero da noite anterior ou se culpa do liquido em si, o tinto servido lá ficou. Ainda o provei mas faltava lá qualquer coisa.

O fim-de-semana findou com um revisitar do Convento de Tomar. O fascinio da História mesmo que mal acompanhada por falta de quem (ou o quê) nos informe sobre o que estamos a ver. Ficou a vontade de lá voltar para ir ver um dos espectaculos dos Fatias de Cá. O Nome da Rosa tentava a ficar mas já não havia lugar para mais comensais.

O resto da semana foi confusa, irrequieta e cansativa. Sem tempo (confesso que mais do que uma vez me deitei cedo esta semana) para mais.

Ainda cá volto.

p.s. As moradas virão mais tarde que agora não tenho tempo.