E mais um fim-de-semana que se passou. E então? E então dois livros de banda desenhada. Dois registos diferentes, duas razões diferentes e dois estados de espirito diferentes. Um só prazer. Ler boa banda desenhada.

Começo por “O mensageiro da Morte”. Trata-se de um album de Spirou e Fantasio (L’Ankou como titulo original) pubilcado pela Editorial Pública em 1982 para o Circulo de Leitores e republicado mais tarde, em 1985, no Jornal da BD entre os números 161 a 168. É Spirou de Fournier (original de 1978). Entretenimento com uma dose de cultura geral que baste para conhecermos uma personagem da mitologia da Bretanha… Comprado por 5 euros numa loja de livros em 2ª mão ali para os lados do Convento do Carmo, juntou-se à estante como um dos poucos públicado por cá e que ainda não tenho. Se alguem tiver por ai coisas destas e que se queira desfazer delas, avise.

Blacksad - Red Soul - CoverO segundo é coisa diferente. Blacksad – Alma Vermelha (Âme Rouge). Uma prenda de Natal da Susana que dificilmente poderia ser melhor escolhida. Estão a imaginar um film noir? Daqueles com o Bogart, gabardines e muitos, muitos borsalinos? Agora imaginem isso mas com animais antropomorficos como personagens principais. Não se iludam. Apesar das cabeças de animais em cima de fatos impecavelmente desenhados e vestidos justos, nós estamos na América dos 40 (século passado, pós WWII) e ninguem tem dúvidas disso. A politica (e as suas intrigas) está lá assim como o crime e a paixão. Está lá tudo. Apesar desta Alma ser já o 3º tomo de Blacksad, não me encontrei obrigado a ler os dois anteriores. A não ser por uma razão: Porque sim. Porque gostei muito. Porque é muito bom. Porque o trabalho de Juan Diaz Canales e Juanjo Guarnido é referência a partir de agora cá em casa…

E que mais? A cadeira tipo escritório cá de casa já foi… Cumprindo fielmente a sua função desde 1999, agora que viu a mesa ir, estava na altura dela ir também. Já foi. Em seu lugar fica uma nova cadeira velha, pau e veludo… Tem tudo a ver… E ainda por cima é confortável… Que se pode pedir mais?

Acho que foi desta.. Refiro-me ao meu canto da casa, aquele espaço ali ao fundo da sala, pequenito. Sempre existiu. Ainda na outra casa onde apesar de mais pequeno ainda, tinha o seu espaço bem delimitado, com direito a porta, janela e tudo…

New Year Resolution I parte II

Quando nos mudámos para esta casa ele também se implatou de armas e bagagens (que é como quem diz cabos e tomadas). Porta adentro, mesa cadeira e estantes, enquanto o diabo esfrega um olho já lá estava. O escritório montado. Um diz, qual ataque de consciência, quando a Susana chegou a casa tudo estava mudado. Entre dores nas costas e buracos na parede (junto ao rodapé, nada de drástico), o escritório saira para a sala deixando vago o que seria mais tarde, o quarto da Patricia. Dois metros e tal por 80 centimetros de secretária, dois monitores, uma torre e um portátil. Mais a impressora e as colunas. Doze tomadas ligadas e mesmo assim o quadro resistia. Os papeis acumulavam-se e quase metade da secretária foi ao ar dando lugar a uma estante. Qual torre de dois metros e tal de altura, foi um apice enquanto se encheu. Quase que de imediato surgiram pequenos móveis de apoio. Mais um cabo, uma tomada, dois livros e um cake (ou vários) de DVD’s virgens. Tudo tende a acumular. Na minha secretária nada se perde. Tudo se acumula…
Um dia a Torre morre. Sem mais questões (merecido descanso de 5 anos a 24/7), enterrei-a e em seu lugar brilhou durante meses o X1010 ligado ao TFT. Mas assim deixava de ser portátil certo? Um amigo salvou a Pátria e por 15 contos de reis eis senão quando cá se bate nova torre. Depressa ligada à rede e pimba. A mula volta a zurrar 24/7 ao exemplo da antecessora. O papel volta a acumular e o X1010 trabalha ao colo, no sofá, frente à televisão.
Mas há algo que não está bem. A sala não é bem sala. Tem qualquer coisa a mais. Talvez este espaço pudesse ser aproveitado de outra forma. E veio o Ano Novo.

New year resolution I - New work(?) space at home.Foi mesmo no último dia de 2005 que a resolução foi tomada. A 1ª de 2006. A sala vai mudar. E mudou. Mais dores nas costas (e algumas no coração confesso), cabos electricos espalhados pela casa e ainda antes da meia-noite, lá estava ele: Um toucador Dona Maria (cujo espelho foi violentamente tirado e pousa algures no chão do quarto) a servir de secretária. Mal dá para o teclado e para o rato. A impressora já ocupa parte da estante (que também vai, mais dia menos dia). E alguns livros passaram aos caixotes… O novo ano começava…

p.s. As boas vindas à mãe da Tischa que se estreou a comentar cá no sitio. Para quem não sabe, a Tischa é a Patricia logo a mãe é a Susana. E desta vez João, nem foi para corrigir os meus erros ortográficos…

Eu sei que há muita coisa para escrever. Voçês nem imaginam a quantidade de posts que estão a meio mas… Eis senão quando a noticia é primeira página de um jornal português e como tal não deixo passar a ocasião: Bilderberg. Faz capa do jornal Semanário desta semana que saiu hoje de manhã com “A Lista de Bilderberguistas Portugueses” tendo como titulo “A Conspiração de Bilderberg”… A ter em atenção. Não estamos a falar de nunhum pasquim. E porque raio é que eu tenho que falar nisto? Porque desde 1999 que alguns amigos e conhecidos meus me martelam a cabeça dizendo que eu tenho macacos conspirativos no sotão só porque eu insistia que nesse mesmo ano se tinham reunido cá no burgo algumas personalidades importantes mundialmente e que em Sintra teriam falado sobre o destino do mundo. Tudo isto no maior dos segredos. Pois aqui está. Tomem lá que é para aprenderem (Bruno, só nós é que acreditávamos hein???). Lembro-me como se fosse hoje que o jornal Independente estava para lançar a sua edição online e já tinha na net algumas páginas com placeholders dummy text apesar de não ter ainda divulgado o endereço. Num desses placeholders, o texto era precisamente um artigo sobre o Bilderberg Group. Na altura eu era ferrenho leitor deste jornal mas não me lembro de alguma vez ter visto tal artigo publicado. E mesmo na tal edição de rascunho online, o texto manteve-se muito pouco tempo.

Pois é. As pessoas de quando em vez devem ser lembradas de que o tempo que cá passamos não é só preto ou branco. O cinzento é parte não só integrante mas fundamental do nosso dia-a-dia. Quando foi a história do Echelon também gozaram com quem dizia (eu e outros como eu) que tudo era vigiado. Até que saiu nos jornais e os politicos vieram p’ra TV fazer um grande alarido, que queriam explicações oficiais e coisa e tal… Até o Parlamento Europeu criou uma comissão para o assunto… Muito para uma coisa que não existe não acham? É como o Bilderberg.

Nota: Aqui nunca se diz que se acha mal ou bem a existência de sistemas como o Echelon ou de grupos como o Bilderberg. Constata-se que eles existem.

Recursos na Net:
Bilderberg.org
Bilderberg Group in Wikipedia
Bilderberg on BBC News
Revista Função Pública Dezembro de 2005 – pdf (Thanks Sherlock) 

Tickets for Miss Saigon Entre as várias prendas que ofereci à Susana neste Natal há uma que mereçe especial destaque e da qual vos quero dar conhecimento na tentativa de vos incutir vontade. Bilhetes para o musical Miss Saigon no Coliseu dos Recreios em Janeiro do próximo ano. Porquê este musical e não outro? Porque assistimos a esta actuação, pela mesma companhia, à 6 anos atrás no Theatre Royal Drury Lane no West End Londrino, na nossa lua de mel. Mas independentemente do factor nostalgia, não deixa de ser uma produção fantástica e uma história linda de se ver. E então? Encontramo-nos lá?

A propósito do Natal a revista Forbes publica a lista dos brinquedos mais populares dos últimos 100 anos. Aqui bem se vê a diferença da realidade norte-americana para a europeia (pelo menos, para a portuguesa) onde nós nunca ouvimos falar de alguns daqueles brinquedos. Fiquei feliz porém por saber que um dos meus brinquedos favoritos quando era criança foi o top dos brinquedos entre 1930 e 1939: O Fabuloso ViewMaster. A questão que se levanta é, como foi tal possivel tendo em conta que eu só nasci em 1973??? É Portugal certo? ‘Tá respondido???