E eis que sem mais nem porquê, uma mão cheia e mais alguns indivíduos, casados, pais de família (ok, nem todos mas fica bem na sinopse) saíram de suas casas a meio da noite (tipo 2h30m da manhã), partilhando boleias e deixaram a cidade rumo à beira mar.

Juntos ao chegar, rapidamente se carregam os estaminés, uns às costas e outros debaixo do braço, cena d’homens que a vida não é facil. Pede-se silêncio ou pelo menos pouco barulho. Adiante.

4 horas da manhã. Rua acima, rua abaixo já se sabe onde ir. A coisa desce à praia que a luz inspira e o mar está sereno. Foge que ainda te molhas rapaz. E não te esqueças de sacudir a areia da bainha…

Mais uma rodada que é bom termo entre irmandades. Roda o palco mantém os actores que não é fácil de os arranjar tão bons. A baía é já ali e antes da hora acabar mais uma salva…

Andar, andar que se faz tarde. A caminho da encruzilhada, onde haveriam de desacelerar os incautos com medo das máquinas que no escuro não se deixam reconhecer, o ponto alto da noite. Qual Lynch, qual Copolla.

Pela primeira vez sem álcool (goelas havia que já o beberiam assim houvesse) e o resultado está à vista. Um Darth Vader esquizofrénico, um Chewbacca envergonhado (até ter solto a franga) e uma relação familiar desconhecida. Fez-se história. Ainda que não aconselhável a menores, ficará nos anais (sem piada por favor) da geekalhada…

Vá-se agora explicar a graça a cônjuges ou amigos que só gostam de futebol…

Fica então para vossa critica, ainda que daqui nada tenham percebido. Muito haveria a dizer, desde a razão (inspirada, internacional) ao sentimento (viva a galhofa que a caça ao riso fica para outras distopias) mas não vale a pena. São só doidos, varridos, às 4 da manhã.

Gosto de livros. Gosto muito de livros. Livros para ler, só para observar, para folhear, em suma, gosto de livros. E de fotografia também.

Tal como sobre tudo o que é assunto, no que toca à fotografia pouco há em livros que não esteja já algures numa qualquer página da Internet. Aliás, é sabido que grande parte dos livros estão já, na sua totalidade, na Internet. O livro de Scott Kelby “The Digital Photography Book” não é excepção. Uma busca nos sítios do costume e lá aparece o ficheiro pdf prontinho para download poupando assim umas libras valentes. Bem, mas na verdade, não se tem o livro certo? Por essas e por outras mandei vir o livro da Book Depository e eis então a minha opinião sobre o dito.

O Livro da Fotografia Digital talvez não seja indicado para os profissionais da fotografia. Também não deve ser indicado para aqueles que não sendo profissionais “já sabem tudo” e são efectivamente “muito melhores do que muita malta que para ai anda”… Para todos os outros é uma boa aquisição.

Scott Kelby escreve com um humor muito particular (que já conhecia do The Photoshop book for digital photographers) e que não agradará a toda a gente (mais uma vez, se és mesmo cromo da fotografia e sabes mais do que o resto da malta, não deves achar muita piadinha à coisa) mas acho que é precisamente esse humor que torna tão fácil fixar as dicas que ele nos dá e apreender alguns conceitos mais complexos sem recorrer a termos técnicos que por vezes não ajudam.

O livro leva-nos pelas páginas como se estivéssemos a ter aulas práticas, em campo, com o Scott, aquele nosso amigo, um tipo porreiro. Por 11 capítulos o Scott Kelby vai dizendo faz assim, não faças assado, se fizeres assim vai sair bem, se fizeres assado vai sair uma valente burrada. Explica-nos porque devemos usar um filtro Skylight e porque comprar um filtro polarizador é essencial ao mesmo tempo que nos diz que determinado tipo de fotografia é mais fácil com esta ou aquela lente.

Começa por nos dar umas ideias sobre como conseguir uma fotografia bem focada. Camera, lente e acessórios incluído. Segue pelas flores e casamentos pois são temas que muita gente procura. Fundos escuros para as flores e de cima de um escadote para os casório. Sempre acompanhado de muitos, muitos backups… Passa pelas paisagens com sugestões entre outras, para as quedas de agua e vai directo para a fotografia de desporto mas aqui sem ilusões. Ele avisa desde logo que neste campo conta muito o dinheiro que se pode gastar.

Scott Kelby cobre ainda a fotografia de pessoas (a história, sempre uma história) e as melhores maneiras de fotografar cidades e de fotografar em viagem. E sim (os tais prós que refiro acima não devem ler esta parte) ele aconselha o uso do Program Mode em algumas situações.

Para além de tudo isto no The Digital Photography Book,  Scott Kelby ainda dá umas indicações preciosas sobre como resolver problemas típicos da fotografia digital, sobre impressão e até comercialização de fotografias.

Enfim, este livro é definitivamente um fenómeno e não sou eu que o escrevo. Há muita gente a apoiar esta ideia e basta ver as reviews que o mesmo obtém junto de lojas como a Amazon. No meio de muitas há efectivamente algumas menos boas mas atenção, prendem-se essencialmente com o humor do autor que, como já referi acima, não será apreciado por todos.