O artigo / conto de Cory Doctorow publicado na Radar Online está a mexer com a Internet. Scroogled já teve direito a artigo no Wall Street Journal. O Google afinal é malvado. A Microsoft não tem o monopólio do Mal. Aquilo de que se falava sobre a empresa de Bill Gates, que aos poucos alcançava o domínio global através da sua existência dentro de cada PC, não é nada comparado com o maquiavélico plano do Google. O big brother está ai e desta vez não é ficção. É o Google. Ele sabe tudo, vê tudo. O Google Mail sabe tudo quanto escrevemos e o que nos escrevem a nós. O Google Maps sabe para onde vamos e o Google Earth sabe sempre onde nós estamos. O Google só por si sabe tudo o que procuramos. E o Google tem um plano… Ok. Esta é a premissa do texto que tanto está a dar que falar. Trata-se de uma história de ficção que se lê bem e rapidamente. Então porque está a dar tanto que falar?


O Google já faz parte da vida de quase toda a gente à nossa volta. Muita gente tem o Google como homepage do seu browser. O Google Mail idem. Quase toda a gente usa o Google Mail com uma ou mais contas sendo até as contas que as pessoas mais usam em detrimento das contas que lhe oferecem os seus ISP’s. Uma rápida voltinha pela Web e facilmente se descobrem muitos sites que assentam em serviços como o Google Maps. Muita gente conta já com a disponibilidade constante do Google Calendar para garantir que a sua agenda está sempre em dia. O Google Docs como serviço inovador no conceito de documentos e aplicações online está a ganhar nova força junto do publico agora que disponibilizou uma aplicação para apresentações. Mas há muito mais. Do Google Desktop (que sabe tudo o que está nas nossas máquinas) ao Picasa (as nossas imagens também já estão nas mãos do Google) passando pelo Google Notes (quem sabe o que as suas notas e apontamentos podem revelar) o Google é um todo poderoso, omnipresente, omnividente e quase omnipotente.. Mas vamos voltar um pouco atrás no tempo e lembrar o império das janelas. Não era a omnipotência da Microsoft o que mais se temia neste mundo das novas tecnologias? O facto do Bill Gates estar em todo o lado, em todas as máquinas, em todas as casas? Não era a Microsoft a sede de todo o Mal e o Bill Gates a encarnação do Demónio? Pois que agora o mundo esqueceu um pouco a empresa de Redmond e voltou-se para a outra de Mountain View mas vira o disco e toca o mesmo.

Convenhamos, a tecnologia em teoria não pára de avançar. Nunca. O poder da mesma (e neste caso o poder de pesquisar, registar e analisar toda a informação disponível) cresce a cada dia que passa. E tem mesmo que crescer. Será ridículo pensar que se deve parar o Google Earth porque ele espreita o mundo lá do céu e pode ver coisas que não deve. Não deve parar. O problema não está na tecnologia mas sim nas mãos de quem a usa. Ora isto é um lugar comum, uma verdade mais que sabida. Mas será um dilema moral? Não podemos deixar que seja.

Talvez continue um destes dias…

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