É de alterne que se fala. Não fosse um album dos GNR.
Nada de novo para quem sempre os acompanhou. Bem, talvez não seja bem assim. É novo o facto de pela primerira vez estarmos perante uma colectanea de GNR que não é um best of, pelo menos no sentido comercial do conceito. Será um best off para mim sem dúvida pois este é um album em que ao invés de Dunas ou Efectivamente (sem de modo algum lhes tirar o valor ou importância que para mim tiveram e ainda hoje têm estas musicas) posso ouvir Dama ou Tigre, Radio Taciturno ou popless e tudo de uma só vez…

25 anos depois de “Portugal na C.E.E.”.

Não fui ver a banda a tocar no Rock in Rio. Confesso que Rock in Rio não é bem a minha onda, mas fiquei agradado de saber que o Reininho assumiu como que em acto de contrição: «Sentimos uma espécie de reconciliação com o público de Lisboa. Não que estivéssemos em conflito mas somente pelo facto de não tocarmos na capital há já alguns anos. Foi bastante importante para nós.» Acho bem. Tal como um outro concerto que espero em breve recordar in loco, também o concerto dos GNR em Alvalade foi marcante na minha juventude e ainda hoje é muitas vezes tema de conversa passados que foram 14 anos sobre aquela noite de Outubro de 1992. Tal é a grandiosidade da banda (a única portuguesa que até hoje arriscou e venceu o desafio de dois concertos de estádio a solo metendo 40 mil pessoas no Estádio de Alvalade) e a importância que tem para quem está na casa dos 30’s.

Dáli aqui.

Desde cedo que as imagens de Dali me impressionaram pela sensação de sublime (entenda-se sublime à lá Dostoevsky) que me transmitiam. Tanto paralelo encontrei em textos de Pessoa (como a Ode Triunfal ou a Saudação a Walt Whitman) ou de José Régio (o estrondoso Cantico Negro)… E se um dia eu sentisse que tudo se misturava num ritmo que me era agradavel ao ouvido? Aquilo que aparentemente não faz sentido (Só ouviam rádios livres ate´deixaram de estudar
Deram á luz um Frankenstein que ninguém pode controlar…) toma muitas vezes forma na cabeça de um jovem desejoso de mais e mais… Era a Valsa dos Detectives e estávamos em 1989. Depois do que me tinha sido dado a ouvir dois ou três anos antes em Psicopátria (Os meus amigos enterrados no jardim, E agora mais ninguém confia em mim. Era só para brincar ao cinema negro, Os corpos no lago eram de gente no desemprego…) era o melhor que podia acontecer. Ao fim e ao cabo “…ter medo é a pulsão fundamental do criador e artista.”

Tudo isto para dizer que este fim de semana ofereci “O Melhor Dos GNR Continuação Vol.3” a um grande amigo meu que fez anos. Fiquei muito contente quando, ainda não lho tinha oferecido e já ele fazia referências ao disco dando a entender que gostava muito coisa que depois o veio a confirmar com a frase “Era isto que eu queria de prenda.”. Ouvimos o album de imediato.
– Queres uma cópia?
– ‘Tás doido? Eu quero é ir já amanhã comprar isto.

Ainda não tive tempo. Mas juro que vou assim que possa.

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